domingo, 28 de dezembro de 2008

Em jeito de balanço

De 2008, retenho :
A espectacular final de Wimbledon, onde houve três vencedores : o imenso Roger Federer, que apesar de ter perdido a partida demonstrou uma vez mais a sua fibra de campeão, só cedendo após 5 horas de luta renhida. Raphael Nadal, um grande jogador e grande campeão, lutou até à exaustão para conseguir destronar Federer, não só de Wimbledom, como do lugar de numero 1; e todos nós, apreciadores de ténis, foi um regalo ver cinco horas de ténis ao mais alto nível.

Cristiano Ronaldo, mais um Português a ganhar o mais prestigiado troféu de futebol a nível individual. Que pena só jogar futebol no Manchester, e não quando representa a selecção, onde exibe os penteados, resmunga e passa metade do tempo no chão.

José Rodrigues dos Santos, um grande escritor que conquista o mercado russo, após 14 outros. Li pela primeira vez Alves Reis, continuo a não gostar António de Lobo Antunes.

Gostei de ouvir e descobrir ou redescobrir Amy MacDonald, Kate Perry, Deolinda , Pink, ColdPlay, Mariza.

Mamma Mia. Nostalgia dos anos setenta, ou extraordinária performance de Meryl Streep? Não importa, é sempre um regalo ver uma das maiores, se não a maior actriz de todos os tempos.

Os “novos” MacBook Air, MacBook, iPod, iPhone, iMac, ou o renovar constante dos produtos Apple em torno do Mac OS, simplesmente o melhor OS de sempre.

O Jumento, blog que vale muitos jornais ou portais Web. Reflexões de um cão com pulgas, Geração de 60, Jacarandá, Pedro Santana Lopes fazem também parte das minhas leituras frequentes, que espero continuar a poder consultar em 2009.

Bernard Madoff, que soube aproveitar a ganância de todos aqueles que querem enriquecer ou aumentar fortunas sem trabalhar. Que pena não ter depenado mais alguns.

A crise? Que crise? Antes das festas, trabalhei que nem um burro, a loja sempre atestada de gente. Depois das festas, não se pode entrar num centro comercial ou loja, a multidão apinhada à volta dos saldos, filas sem fim até chegar às caixas. Os hotéis nas montanhas alpinas estão superlotados para o fim de ano. As pistas de esqui estão repletas. O desemprego aumenta, o preço do tabaco também, se isto é a crise, há muitos anos que dura.

Em Dezembro, foi assim : Neve, iluminações e efeitos.

Montreux, 21 de Dezembro 2008, à noite

As iluminações de natal do Lausanne Palace

A ver a neve cair, da varanda de casa, meados de Dezembro

domingo, 7 de dezembro de 2008

Ainda a procissão vai no adro e já a banda de musica esgotou o reportório.

Por outras palavras, a três semanas do natal - que cada vez mais não passa de uma mera fantochada comercial e consumista - não se houve falar de outra coisa que não seja promoções - espécie de "saldos encapotados". O desgraçado do consumidor que, para escapar ao stress das compras de ultima hora, comprou há uns dias as prendas e vê agora que os preços já estão em quase metade, deve ficar ....não, não digo, mas que deve, deve.

Azeite e ovos

Dias Loureiro e Jorge Coelho accionistas da mesma empresa, ou como para fazer uma boa maionese, não basta o azeite.
Estranho é que o professor de boliqueime ainda não tenha vindo dizer na TV ou nos jornais que nunca teve negócios alternativos de valor com esses senhores.

A avó à procura dos netos.

A Manuela Ferreira Leite aceitou a ingrata tarefa de tomar conta dos putos do PSD. Mas, tal como os netos fogem da mesa na altura de comer a sopa, também os deputados do PSD fogem do parlamento na altura de votar.

Efeitos colaterais da crise

Como devido à crise os Gregos já não se podem dar ao luxo de partir os pratos depois do repasto, desforraram-se a partir os desgraçados dos benfiquistas.
Para não cair de muito alto, o mesmo Benfica recusou-se a ganhar ao Setúbal e ascender ao primeiro lugar da Liga.

domingo, 16 de novembro de 2008

Sera que o Leixoes vai repetir os feitos do Boavista?

Parece um milagre, o Benfica com 4 e 5 pontos de avanço sobre o Porto e Sporting, respectivamente. Poderíamos estar a gozar dragões e lagartos, mas há sempre um raio de um nortenho a estragar a festa.

Investir sim, mas na pêra rocha

Há seis meses atrás, o preço do petróleo ultrapassou os 100 USD, com a justificação de que o ouro negro estava no fim, as reservas deveriam esgotar em 2024. Seis meses depois, o mesmo liquido caiu para metade do preço. Ora eu não ouvi dizer que se tivessem descoberto mais jazigos, salvo se os de Torres Vedras tenham finalmente começado a jorrar, sem que a TVI e o Correio da Manha o tenham noticiado.
Há seis meses atrás, os mais conceituados jornalistas, analistas e economistas, tanto nos jornais lusos, suíços, franceses ou ingleses- os que eu costumo consultar - eram unânimes em afirmar que no final de 2008, ou o mais tardar em meados de 2009, o deposito de um carro "normal" custaria em media 150 € - ou seja 3 € litro.
Preocupado, comprei uma bicicleta eléctrica, pois a 150 € o deposito, ou deixava de fumar, de comer ou de praticar ténis, o certo é que com os míseros 5 000 CHF que ganho por mês, não podia manter o carro, dar cabo dos pulmões, pagar as bolas e a cordagem da raquette. Optei por deixar de lado o carro, de toda a forma em 2024 todos teríamos de os deixar.
Num rasgo de génio - pelo menos foi o que me pareceu na altura - esvaziei a sala, corredor, despensa e marquise e comprei barris de 100 litros para começara armazenar gasolina. Até as mesinhas de cabeceira substitui por barris de 50 L. Consegui assim armazenar uns milhares de litros. A 1.3 € o litro - preço médio a que o comprei e a vender ele (terminologias saloias) a 3€ seis meses depois, ganhava uma boa maquia.
Hoje, a gasolina já se vende a cerca de um euro e eu já perdi todas as minhas economias. Puta que pariu esses jornalistas, analistas e economistas de merda, que nem para redigir o Borda d'Água serviriam.
Mas nem tudo está perdido. Como consolação, posso comprar um Buick de seis cilindros, tenho com que lhe dar de beber para os próximos anos.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Mentalidades

Por aqui também se fazem greves, nomeadamente os professores entre outros funcionários públicos. Os professores fizeram um dia de greve na semana passada, com uma manifestação pelas ruas de Lausanne. Voltaram a fazer um dia de greve no principio desta semana. Num artigo de hoje, publicado no jornal suíço 24h, alguns alunos entrevistados disseram o seguinte : Que os professores manifestem o seu descontentamento, de acordo. Que o façam de modo repetitivo, prejudicando os alunos, como por exemplo na terça-feira, onde não pudemos efectuar os testes previstos, não estamos de acordo...

domingo, 9 de novembro de 2008

Legentes Romas

Uma nova grande Romaria, de calendário e periodicidade móvel - tanto pode acontecer uma como duas ou três vezes por ano, tanto pode ser em Maio como em Novembro, está a fazer sombra às festas de Viana, Feiras Novas de Ponte de Lima e a Barrancos e seus touros de morte. Trata-se da Romaria dos Lentes ao Terreiro do Paço. Uma classe corporativa mostra-se ao país, berrando que o Governo que eles elegeram não presta, que o(a) ministro(a) é mentiroso(a), e que eles, eruditos lentes, são os melhores do mundo, não precisam de ser avaliados. Todos, sem excepção, são Ronaldos do ensino - todos devem ganhar muito mais do que aquilo que ganham e trabalhar muito menos, mesmo aqueles que dão três erros ao escreverem o extenso num cheque.
Infelizmente, elegeram um burro de um primeiro-ministro que duvida que sejam todos excelentes.

Tanta hiprocrisia

A eleição de Barack Obama para presidente dos EU é encarada como uma grande vitoria por todos os governos da europa, sejam estes de esquerda ou de direita. Do esquerdista Zapatero ao direitista Sarkozy, o mesmo discurso : Barack Obama é o novo "Deus" que vai salvar o mundo do caos anunciado. Foi preciso ser eleito um tipo sempre bronzeado como disse Berlusconi, para por todos os partidos e ideologias de acordo.
Não creio que Obama mude seja o que for, os americanos vão continuar a ser arrogantes e a considerarem-se os donos do mundo, a fomentar as guerras para venderam as suas armas ou para comprar o petróleo mais barato; Nos states, os pobres vão continuar a ser pobres e os seres humanos de pele escura não vão mudar de cor. Brancos, amarelos ou castanhos, se não tiverem carcanhol, vão continuar a ficar à porta dos hospitais, a dormir debaixo das pontes e a comer quando calhar.

domingo, 2 de novembro de 2008

La Gruyere - Imagens e um pouco de história


Terra que da o nome ao famoso queijo do mesmo nome. Vila típica e turística, rodeada pelos Alpes. Local de eleição para degustar uma fondue de queijo ou uma raclete (Queijo derretido, acompanhado de batatas cozidas, pepinos e cebolas miniatura), regadas com Fendant vinho branco da vizinha província do Valais, na falta do Alvarinho (de friestas), claro. No Verão, quando os rebanhos sobem às pastagens Alpinas, é fabricada grande quantidade de queijo nos "chalets" de altitude. Em qualquer época do ano, são milhares de turistas, vindos de todo o mundo, com destaque para Japoneses e Americanos. No turismo e comercio, a língua mais falada é com certeza o Português, mais de metade dos trabalhadores são lusitanos. Em qualquer café, restaurante, hotel, a interjeição mais ouvida é f....

Parabéns ao Jumento

Parabéns ao Jumento, pelo seu 5º aniversario. Que continue a dar coices por outros tantos, mesmo se por vezes alguns são exagerados.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Quem paga manda

Obama terá gasto mais 150 milhões de dólares na sua campanha, John McCain outro tanto ou mais. Donde sai tanto cacau? Quem paga? São empréstimos a fundo perdido, investimentos, ou simplesmente aquisições? Quem vai governar os EU? Quem ganhar as eleições, ou quem pagou as campanhas?

Salários

Um almoço ou jantar no restaurante do Four Seasons Hotel Ritz Lisboa custa em media 120 € por pessoa. Quatro pessoas pagarão 480 euros, mais do que o salário minimo de um trabalhador Português. O restaurante está sempre cheio, frequentemente se encontra por lá a fina flor da politica portuguesa. Que gozo deve ter um ministro, deputado, secretario de estado, assessor, empresário, ao estar a comer uma posta de bacalhau regado com um copo de vinho Alvarinho e pagar o equivalente a uma semana de salário de um trabalhador...
O PSD e o patronato insurgem-se contra um salário mínimo de 450 euros , o mesmo que gastam 4 políticos num almoço ou jantar. Um salário mínimo a 450 euros, que mesmo assim continuaria a ser dos mais baixos, senão o mais baixo da Europa. Um salário de merda, em português rasca, como a oposição e governo rascas que temos.
Cara Manuela Ferreira Leite, caros empresários, que desprezíveis e insignificantes que sois. Um salário mínimo a 450 continua a ser uma vergonha. Se tivessem os tomates no sitio, diriam ao Sócrates que o aumento teria de ser para 500 ou 600 euros, pois quem pode oferecer milhões à banca, computadores de borla, também poderia pagar convenientemente a quem trabalha.

domingo, 26 de outubro de 2008

Desespero

O Acácio anda desesperado. Depois de nas ultimas semanas ter sonhado com o branqueamento do seu o cadastro financeiro graças à falência anunciada da maior parte dos bancos - entre eles o seu - passando a não dever nada a ninguém pois um banco falido não cobra dividas, eis que a realidade lhe bate de novo nas ventas.
Entre o sobe e desce da bolsa, garantias de milhões e milhões de € por parte do estado, afinal nenhum banco vai falir, nenhum ricaço vai ficar pobre, quanto muito apenas se vão acentuar as dificuldades dos pobres, é para isso que servem as crises. O Acácio participou activamente no crescimento da economia nos últimos anos, acumulando créditos, hipotecando meses e meses de salário. Como recompensa, retiraram-lhe os cartões de credito, não lhe dão livro de cheques, só porque se atrasou 3 ou 4 meses em duas ou três prestações - por patriotismo, diga-se de passagem, pois se não pagou foi para apoiar a Selecção na Suíça. E como uma desgraça nunca vem só, ate o seu querido F.C.P. começou a imitar o Benfica, perdendo em casa com uma equipazita de bairro. Que saudade dos tempos do Scolari!

As vinhas de Lavaux, património mundial


As espectaculares cores do outono numa das mais belas regiões da Europa.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Muito bem

Os três partidos de direita, PS à cabeça, chumbam os casamentos gay.
Paneleirices, não é coisa que Portugal tolere, se querem brincar a essas coisas, vão para Espanha.
Bravo Sócrates, macho com eles no sitio!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Os portugueses subsidiam o homen mais rico do mundo!












Tecnologia: Magalhães é excelente oportunidade de negócios para Portugal - Steve Ballmer
Computadores portáteis de tamanho e capacidades reduzidas a menos de 300€ , são banais pelo mundo fora. Produzidos em Taiwan, Coreia ou China, a particularidade de todos esses dispositivos, é serem produzidos por mão de obra barata e fugirem ao Windows incorporando o Linux, sistema gratuito, para poderem ter preços competitivos.
Computadores a 20€ para o cliente final, só em Portugal; e computadores a 20€ com Windows, subsidiados pelos portugueses, claro que é uma excelente oportunidade de negocio... para a Microsoft.


quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Justiça?

"O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu suspender a pena de cinco anos de prisão efectiva que as instâncias inferiores tinham aplicado a um militar na reserva, por abuso sexual de uma menina de 12 anos, em Bragança.." ... "O seu comportamento foi altamente censurável e o recorrente não pode deixar de o interiorizar", refere o acórdão".
"...Segundo a acusação, os factos remontam a 14 de Novembro de 1999, na freguesia de Espinhosela, concelho de Bragança, quando o arguido, sargento-mor do Serviço da Polícia Militar, na reserva, e na altura com 58 anos e tio do pai da menor, surpreendeu a criança junto a um moinho, agarrou-a, despiu-a e violou-a." Diario Digital
Em qualquer país, exceptuando o Ruanda, isto é pura e simplesmente um crime. Em Portugal, segundo o STJ, é um comportamento altamente censurável. É por estas e por outras que muitas vezes tenho vergonha de dizer que sou Português.

Vergonhoso

Idosa vivia há 20 anos num contentor com 15 euros por mês
Uma mulher de 90 anos que vive há duas décadas num contentor em Viana do Castelo vai finalmente ter direito a «casa a sério», graças à construção de uma passagem inferior à linha de caminho-de-ferro.

Quantos casos destes haverá pelo pais inteiro, perante a indiferença geral, dos serviços de acção social, dos padres, dos católicos, dos crentes, dos socialistas?

domingo, 28 de setembro de 2008

O SNPATC não tem mandado

Os socialistas portugueses certamente que apoiam o casamento entre homossexuais. E gostariam de ver aprovada legislação que tal permitisse, como na vizinha Espanha e maioria dos países da Europa. Mas como os poucos socialistas portugueses estão inseridos no abrangente SNPATC* e que o líder deste partido nunca apoiaria um projecto lei capaz de lhe fazer perder um voto ou de criar um atrito com o seu associado de Belém, os socialistas arranjam desculpas escangalhadas. O Manuel (Alegre) deve andar bem triste.
*(Sócrates No Poder A Todo O Custo)

Gostava de ter visto

O jogo Benfica-Sporting, com o Benfica a ganhar 2-0, coisa que já não se via há muito tempo.

A abertura do AppleStore em Genève, mas não tive coragem de estar duas horas na fila de espera. Fica para a semana.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Buracos.

No principio da semana, anunciava-se o o buraco negro, o Big Bang, o fim do mundo, não o provocado pelo LHC (Large Hadron Collider), que entretanto avariou, mas pelo colapso do sistema financeiro. Um centenário banco americano em quase falência, uma das maiores seguradoras na mesma situação, e outras situações a emergirem. Pouco faltava para o caos, para o fim do mundo anunciado por JRS no seu ultimo romance, ou bem antes dele, por Mário Vargas Llosa na Guerra do Fim do Mundo. No fim da semana, reviravolta. O anuncio da injecção massiva de milhares de milhões de dólares operou milagres. Hoje, ocorreu a maior subida de sempre na bolsa de Lisboa, e todas as bolsas europeias fecharam com ganhos substanciais. Bastou o anuncio para o milagre acontecer. Anuncio, porque o dinheiro, penso eu, ninguém o viu. Quem conseguiria contar 180 000 000 USD em três dias?

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Injecções massivas

Pouco ou nada percebo de finanças e mercados financeiros, a verdade é que não me sobra matéria prima para exercitar - pagas as despesas fixas – empréstimos da casa, carro, moveis e férias; as correntes – telemóvel, TV Cabo, Sport TV e ADSL, o que sobra (quando sobra) vai para bomba de gasolina e amortizações da conta da mercearia, talho e retrosaria. Portanto, acções, futuros financeiros, subprimes, falta de poder lidar com eles, conheço de passar os olhos no suplemento financeiro de certos jornais ou de ouvir falar na abertura dos telejornais.
O que sei, é que em todo o lado, todos os governos se queixam com a crise e défice, dai a necessidade de aumentar os impostos. Em todo o lado, todas a empresas se queixam da crise – dai a necessidade de não aumentar salários e despedir pessoas. Em lado nenhum existe dinheiro, a crise está instalada e para durar. E hoje leio que os bancos de meia dúzia de países injectam 180 mil milhões de USD – 180 mil milhões! no sistema bancário. Afinal, existe dinheiro com fartura. Fico com uma vaga sensação, desconfortável, que nalgum lado me estão a f....

Pangatouille


Como sou o primeiro a chegar a casa tenho a grata, por vezes ingrata, tarefa de preparar o jantar; para não ter o trabalho de preparar dois pratos diferentes - a minha filha deixou de comer carne já lá vão seis anos - o menu exclui as costeletas, fêveras, bifes ou a massa guisada com carne - de tempos em tempos, prepara-se um frango assado no forno, de preferência quando a Sílvia esta de saída .
Como não gosto de bacalhau cozido com batatas nem de cabeças de pargo, e aqui não consigo encontrar atum de barrica, vejo-me obrigado a puxar pelos neurónios, frequentemente a inventar, como ontem. Tinha comprado um misto de legumes para a ratatouille, mas não me apeteceu ir ler a receita. Após uma vista de olhos no congelador, deparei com uns filetes de Panga; separei quatro. Tirei os legumes do frigorífico : 1 beringela; 2 curgetes; 2 tomates; 1 pimento; 1 cebola. Sem grande convicção, fui preparando os legumes. Comecei por picar a cebola, juntamente com dois dentes de alho. Pus a cebola e alho a alourar num dl de azeite. Continuei a preparar os legumes, cortando os tomates em pequenos cubos, as beringelas, curgetes (mais quatro batatas que acrescentei) em rodelas, o pimento em tiras, os filetes em pedaços. Alourada a cebola juntei os tomates e 0.5dl de vinho branco. Deixei cozer 5 minutos. Juntei uma chávena de agua e coloquei os restantes legumes. Polvilhei com pimenta, cloral e noz moscada ( não utilizo sal para preservar o coração, o maço de cigarros que fumo por dia não deixa lugar para mais excessos).
Deixei cozer 20 minutos e comecei a pôr a mesa. O cheiro do tacho começa a excitar as narinas, momento propicio para um aperitivo, por exemplo um copo de Alvarinho de Friestas, que agora se compra em pacote; eu habituei-me a um gin tónico, há quem prefira uma mini, um favaios ou um porto.
Após 20 minutos de cozedura, coloquei os filetes de panga no tacho, sobre os legumes, deixei-os cozer durante 10 minutos com o vapor do caldo de legumes. 45 minutos, foi o tempo que gastei entre preparação e cozinhado. Estava bom? Não sobrou nada, as minhas companheiras serviram-se duas vezes! Melhor cumprimento não podia ter.
Bom apetite.

domingo, 14 de setembro de 2008

Porque não um veterinário?

Médico dentista assegurou Urgência Básica em Odemira sem formação para o fazer.
Esta situação parece provocar alguma admiração, mas sinceramente não percebo porque. Se alguém chegar a um serviço de Urgência Básica em Portugal, numa situação complicada, o porteiro chega para resolver – prepara os papeis e organiza o transporte para o hospital mais próximo, que com sorte poderá estar a menos de 100KM.
Se o utente, cliente ou doente conseguir explicar o que lhe dói, onde, e desde quando, parece-me que alguém que saiba ler e escrever, ou melhor ainda, se tiver acesso à Net, poderá receitar um medicamento para aliviar as dores, ate à marcação da consulta no especialista, algumas semanas ou meses depois. Um dentista reformado serve perfeitamente, um medico a 2500 € por noite é um luxo desnecessário. Mais eficaz ainda, seria um veterinário, pois se consegue compreender a aflição de um animal, sem este lhe diga o que sente, com certeza que conseguiria compreender a dor do cliente e receitar as pírulas adequadas, antes mesmo de este abrir a boca. E se calhar só pediria 150€ por noite.

Carcaças ou vianinhas?

"...A GNR identificou os elementos da comissão de festas de Monsaraz e apreendeu a carcaça do animal. As autoridades estão também a envidar esforços para identificar o autor material da morte do animal, adiantou a mesma fonte."
Alguma coisa não bate certo na noticia. Se a GNR apreendeu a carcaça (esqueleto) do bicho, os gajos que o mataram, tiveram tempo de o descarcaçar - para fazer um cozido? Ou será que a população de Monsarraz oferece uma carcaça ao touro, género prémio de consolação pelo destino que o espera? Só que este, pelos vistos, não teve tempo de a comer.

sábado, 13 de setembro de 2008

Africa Minha

Classe média entre os novos pobres a pedir ajuda à Misericórdia de Lisboa.
Médicos chegam a receber 2500 euros por dia em urgências de hospitais públicos.
Oito mil professores colocados na recta final
"Cortem-me o pescoço se se provar um cêntimo de prejuízo para a Câmara"

Não, não se passa em Mogadiscio. Acontece no paraíso do pleno emprego, no seio do bom aluno da Europa, no pais dos salários a 450€... e dos computadores a 20€.

domingo, 31 de agosto de 2008

Sardinhada

Nada melhor do que uma sardinhada para encerrar mais um mês de Agosto. Não sei se eram de Peniche, se de Ancora ( o mais provável é tenham vindo da Grécia), mas que eram boas, eram.

Mais um ano de miséria à vista

Mais um clássico na Luz, mais um empate do Benfica frente ao F.C. Porto. 2 jogos, 2 pontos, advinha-se mais um ano de vacas magras para todos os benfiquistas. E como quando o Benfica vai mal, tudo vai mal, ainda não será desta que os portugueses verão a sua vida melhorar. Que longe vão os tempos em que alguém disse (Mário Wilson) “qualquer treinador que vá para o Benfica, arrisca-se sempre a ser campeão!”.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Please, don’t call.

Embora não sendo grande utilizador de telemóveis – nos últimos 4 anos nem 100 euros gastei em comunicações – também não resisti à onda do iPhone, tendo recentemente adquirido um. Como o iPhone é muito mais do que um simples telefone - um puro objecto de design, aliado a um concentrado de tecnologia “avant-garde” - claro que ando sempre com ele, ao contrario do que se passava com o meu velho Nokia, que ficava a maior parte das vezes em cima da secretária ou no bolso de um casaco. Costumo chegar ao trabalho por volta das 8h20, e a primeira coisa que faço, após ligar a maquina do café, é aliviar os intestinos. Não sei porquê, mas o chegar ao local de trabalho, dá-me a vontade. Há quem o faça em casa, de manhã, quem o faça antes de deitar, há mesmo quem cague a todas as horas e em todo o sitio, enfim, cada um é como cada qual. Estava, dizia eu, confortavelmente instalado na sanita, quando tocou o meu iPhone. Há anos que ninguém me telefonava de manhã cedo, talvez o simples facto de possuir um iPhone atraia as comunicações. Ainda hesitei em atender, mas que raios, agora que tenho um aparelho de ultimo grito, o mínimo é atender as chamadas. Para chegar ao objecto, instalado num estojo de pele (desses que custam 50 euros) preso ao cinto, tive que me levantar da sanita. Peguei nele, mas, ou por ter pouca experiencia na manipulação de telemóveis, ou por o iPhone ter uma forma mais esguia do que um banal telemóvel, a verdade é me resvalou das mãos, passou-me entre as pernas e... foi aterrar na sanita. Imaginem o meu desgosto, pois ainda não tinha puxado o autoclismo. Fiquei a olhar para ele, a comunicação devia ser importante, o bicho não parava de estremecer no meio da .... Ainda por cima, parece que o ecrã não suporta a gordura, e todo ele detesta a humidade. Retirei o desgraçado, coloquei-o num saco plástico e espero que seque e deixe de feder para tentar recuperar o que puder ser recuperável. Até lá, que ninguém me telefone, pois não atendo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Violência


Nestes últimos dias, abundam as noticias de assaltos e tentativas de assaltos à mão armada. Um ourives de Setúbal é assaltado e morto a tiro por um assaltante, uma vendedora de ouro é perseguida e alvejada por assaltantes em Gondomar, uma carrinha de transporte de valores assaltada por um grupo de bandidos munidos de armas ultra sofisticadas e explosivos, uma bomba de gasolina na auto estrada Cascais-Lisboa assaltada, além dos ajustes de contas na quinta do mocho, etc., etc. Infelizmente, isto não acontece apenas em Portugal, aqui na Suíça, em França, países onde sigo a actualidade, sobejam os casos idênticos.
Tudo isto impõe-me algumas reflexões :
- O denominador comum de toda esta violência são as armas de fogo. Estou convicto que sem armas de fogo, a maioria dos bandidos não seriam tão corajosos, pelo menos o mal que fariam seria muito menor. Porque não se proíbe definitivamente a venda, o uso e porte de armas de fogo, sejam elas quais forem?
- Qualquer bandido em Portugal sabe que a policia dificilmente atirará sobre ele, pois quando um desgraçado de um policia atira e tem o azar de ferir mortalmente um filho da puta que rouba e mata as suas vitimas, é o policia que vai parar à cadeia, sob a pressão e poder dos media e da cobardia dos políticos e de todos nos em geral.
- A pena de morte para crimes de sangue, tão criticada por alguns, impõe-se. É que ela existe, mas apenas num sentido. O bandido que decide atacar a ourivesaria, a bomba de gasolina, a carrinha de valores, já condenou à morte as suas vitimas. Sabe que o pode fazer, pois na pior das hipóteses, caso seja apanhado, passara alguns anos na prisão, onde não lhe falta nada, desde uma boa alimentação, televisão e por ai fora. Um animal que atira deliberadamente a matar, só merece tratamento igual.
- Quando um profissional da guerra, que escolheu a sua profissão, conhecendo os riscos inerentes e pago em consequência, morre na sua actividade, agitam-se logo ministros, presidentes, com mensagens de condolências à família, louvores pelo heroísmo, enviadas claro está, primeiro à imprensa. Alguém os vê enviar uma mensagem de condolências à família das vitimas, insurgir-se contra toda esta violência, propor medidas para acabar ela? Não tenho visto grande coisa.
Por mim, as únicas armas toleradas nas mãos de qualquer pessoa não pertencente às forças armadas e forças de segurança, seriam as fisgas. Chega e sobra para caçar pardais. Para os adeptos das armas e dos tiros, organizem-se torneios no Campo Pequeno, que se matem uns aos outros.

domingo, 17 de agosto de 2008

Medalhas, coisa de pobres

Os desgraçados dos chineses esfarrapam-se para obter medalhas de ouro, prata e bronze, até latão se houvesse, seguidos dos EU e muitos outros países miseráveis, que necessitam das medalhas como pão para a boca. É vê-los a bufar que nem touros para ganhar os 100m, dar ao cu debaixo de água para avançar mais depressa, com risco de dar um mau jeito na espinha, levantar pesos mais pesados do que eles, arriscando-se a partir o pescoço.... Enfim, países pobres, a quem uma medalha dá esperança, nem que efémera, de dias melhores.
Nós, portugueses, participamos nestes jogos olímpicos com a tranquilidade de quem tem os cofres atestados de medalhas, ganhas na labuta diária, ou não fôssemos um povo de trabalhadores.
Alterando ligeiramente o lema olímpico, de Citius, altius, fortius para devagarius se vai ao longius - de Lisboa a Pequim é longe pra carvalho - correndo por correr, remando por remar, tranquilamente, sem nos metermos nas confusões de chegar nos grupos da frente, com risco de ser empurrados, pisados ou levar alguma cotovelada. Com o altruismo que nos caracteriza, as medalhas deixamos-las para quem precisa.

sábado, 16 de agosto de 2008

Mercados, feiras, ciganos e iPhones

-Viva Belmiro, é o Zé que fala. Ouves-me bem?
-Mais ou menos, há um zumbido esquisito, estás de férias no Quénia?
– Não, só vou de ferias Setembro e Outubro para as Maldivas; mas é que estou a telefonar do meu novo iPhone, parece que estes bichos são sensíveis à chuva e humidade, e o meu apanhou um bocado de humidade ontem à noite na praia de St. Cruz. Bom, era só um à parte. Telefono-te para dizer que a ASAE já encerrou mais três mercados, para a semana vai assapar em tudo quanto é feira e mercado na zona de Lisboa e Algarve. O plano esta a prosseguir como combinado.
-Porreiro Zé. Se conseguires que a ASAE feche mais 10 mercados e espante essa ciganagem que vende mais barato que a Modalfa, podes contar com os 5 milhões para a campanha.
- Fixe. Mas, olha que o Santos já me ofereceu mais, se eu mandar a ASAE fiscalizar os Modelo e Continente. Vê lá se equilibras um pouco a balança.
-Bom, não exageres. Mas se mandares a ASAE fiscalizar meia dúzia de Pingos Doce, acrescenta mais dois ou três milhões.
- Combinado, Belmiro. Um abraço , pá.
- A Zé, e se o teu iPhone continuar com problemas, vai da minha parte à loja Optimus do Colombo, para eles to trocarem. Tenho lá sempre meia dúzia de reserva para os amigos.
-Fixe, realmente és um gajo porreiro. E que com a penúria desta merda, já pensava ficar um mês sem aparelho.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Saudades

A saudade, a par da sardinha assada, cuspir e atirar as cascas de amendoins e tremoços para o chão, é certamente uma das características da identidade genética dos portugueses. Podemos falar várias línguas, viver a milhares de Km do território nacional, comer Sushis pizzas ou fondue, mas a saudade relembra-nos as nossas raízes. Hoje, sem motivo preciso, dei comigo a ter saudades da praia de Âncora. Poucas vezes lá fui, recordo-me (sem saudade) das águas geladas do mar, que nos enquerquilhavam os tomates, mas sobretudo dos charcos de água em alturas de maré baixa, aquecidos pelo sol e enriquecidos com os detritos do rio Âncora. Nessas piscinas naturais, além de se retemperar os acima falados, havia sempre uma animação suplementar: não era raro, ao vir à tona de um mergulho, ter pendurada no nariz uma camisa (sem mangas), grãos de merda nas orelhas e outras preciosidades arrastadas pelo riacho. Muitas vezes, havia mais gente a banhos nos charcos que no mar, e não me recordo de ouvir dizer que houvesse grandes epidemias, alergias ou indisposições. Também é verdade que não existiam médicos ou centros de saúde onde uma pessoa se ir queixar de diarreias, vómitos e enjoos. Talvez também a merda de outros tempos fosse mais saudável do que são hoje muitos alimentos. Enfim saudades, são como gostos e cores, cada um tem as tem e não se discutem.

domingo, 10 de agosto de 2008

O que não há (não só em Agosto à noite e não só no Algarve)

O Pedro Santana Lopes, acaba de se dar conta que no mês de Agosto, à noite, não existe um oftalmologista de serviço no Algarve. Se o Pedro se informar minimamente, ficará a saber que na maioria das regiões do Pais não existe um oftalmologista, otorrinolaringologista, ortopedista, dermatologista, reumatologista, nem de dia nem de noite, nem em Agosto, nem em Maio, tão pouco em Fevereiro como Outubro. Para se informar, basta consultar as listas de espera das especialidades dos Hospitais Distritais, para ver que muitas ultrapassam os 360 dias. É uma vergonha, como diz o Pedro Santana Lopes, mas ele è um dos responsáveis. Mas quando nos toca, indignamo-nos. Sem desejar mal a ninguém, dei comigo a pensar que se os políticos, familiares e amigos chegados estivesses sempre doentes, em Agosto, no Algarve ou em Janeiro na Serra da Estrela, talvez os serviços de saúde em Portugal melhorassem.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Dia 1 de Agosto, Dia da Confederação Helvética

Uma pequena balada nos Alpes, história de festejar o feriado nacional na Suíça. Partida as 10H de Lausanne, 1h30 depois chegada a Ovronnaz, estação Alpina do cantão do Valais, a 1390m de altitude. Visita de “reconhecimento” às termas, com hotel e piscina exterior com agua entre 32° à 35°. Espero brevemente vir cá passar um fim de semana, mas no inverno, quando estiver tudo rodeado de neve, com temperaturas de 5 graus negativos.
Meio dia, pausa aperitivo. 1/2 l de Fendant, excelente vinho branco da região, uma tábua “Valaisanne” (presunto, carne seca, chouriço, salsichão, queijo local). 1h30, partida no teleférico, até La Jorasse (1960m). Depois, 1h a trepar até ao cimo do monte La Forcle (1260m), seguido da descida ate Ovronnaz, aproveitando o ar puro e as magnificas paisagens alpinas.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Petróleo em Boliqueime

Todas as quintas-feiras, dia de folga, consagro (ou perco, consoante), duas a três horas aos assuntos da pátria. Primeiro, leio as edições da semana da Mailing-List “O correio dos outros”, excelente trabalho do Pedro Aniceto dedicado à comunidade Apple Portuguesa. Depois, percorro alguns blogues, nomeadamente o Jumento e Reflexões de um cão com pulgas, este também do Pedro Aniceto. E depois leio os jornais – O Publico, desde sempre o meu preferido, o Diário Digital, JN, Expresso e SOL.
Esta Quinta-Feira, no Publico e depois nos outros media, chamou-me a atenção a intervenção do Presidente da Republica, assunto tabu, agendada para as 8 da noite, em directo, nos telejornais. Depois da habitual partida de ténis, pelas duas da tarde, de regresso a casa, voltei a consultar os jornais on-line, e todos sem excepção, mencionavam a intervenção, inédita do Sr. Silva – O assunto devia ser importante, para o homem interromper as férias e dirigir-se ao país.
Quinta-Feira é também o meu dia de participar à tarefa de limpeza caseira - Passar o aspirador, limpar a casa de banho, cozinha e corredor, limpar o pó. Hoje ficou tudo mal limpo. Passei o tempo a “espreitar” as notícias do burgo no meu iMAC; saltava do DD para o Publico, deste para o Expresso, e por aí adiante . O suspense atingia o auge. Que raio de coisa tão importante se passava na minha pátria para o Silva intervir às 20H, em directo nos Telejornais? Factos, relevantes, no meu cantinho à beira-mar plantado, à parte o Cristiano Ronaldo ter comido mais uma celebridade, O Camelo estar finalmente em vias de o ser, e o Boavista descer de divisão, não conseguia descortinar. Será que o Sr. Silva iria vetar a pretensão do Camelo a ser realmente Camelo? Era uma hipótese. Contudo, para interromper as férias, deveria ser algo de muito mais importante. Estava a limpar a sanita, quando se fez túnel ao fundo da luz – neste momento, o que preocupa realmente os portugueses é o preço da gasolina. E se o Presidente, de férias em Boliqueime, tivesse descoberto um poço de petróleo, para mais sem fundo? Era um motivo mais do que importante para intervir em directo nos TJs - anunciar a gasolina a 50 ct. E assim responder ao computador a 20 Euros do Sócrates.
Uma vez não é costume, depois do jantar, sintonizei a televisão na RTPI. Apostei um jantar – que me apetecia oferecer – com a minha esposa e a minha filha, que o Sr. Silva iria anunciar a descoberta de petróleo em Boliqueime. Quando o sujeito começou a balbuciar disparates inaudíveis sobre os Açores – se ainda fosse sobre as Berlengas – vi logo que tinha que pagar o jantar, facto logo confirmado pelo José Rodrigues dos Santos – A montanha pariu um rato.

terça-feira, 29 de julho de 2008

A praia do Lido di Jesolo, à noitinha



Construções de areia



Veneza



Joder, macho !

Este últimos tempos tenho verificado em pormenor as minhas costelas, à cata de algumas da banda de lá (do rio Minho). Natural de uma aldeia que dista 300m da Galiza é possível que algum dos meus antepassados seja galego, ou pelo menos arraçado, legitimando assim o orgulho que sinto quando Rafael Nadal vence Roland Garros e Wimbledon, estando prestes a destronar Federer, a selecção se sagra campeã da Europa e Carlos Sastre vence a Volta a França.
E viva España.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Diz-me com quem andas...

Nutria uma certa simpatia pelo Sr. Rui Rio, presidente da câmara do Porto. Parecia-me uma pessoa diferente, com coragem de afrontar os poderes instalados, uma pessoa com visão de futuro. Quando li que Rui Rio apoia a candidatura de Manuela Ferreira Leite, fiquei desiludido. Mais um agarrado aos barões e dinossauros.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Barões, dinossauros e outros fósseis.

“Eurodeputados sociais-democratas ao lado de Manuela Ferreira Leite
A delegação do PSD ao Parlamento Europeu apoia «unanimemente» a candidatura de Manuela Ferreira Leite à liderança do partido, anunciou hoje em Estrasburgo o eurodeputado João de Deus Pinheiro.”

Não sou nem nunca fui socialista, embora respeite muito aqueles que o são (de verdade).
Não sendo socialista, tão pouco extremista, embora por vezes o pareça, restar-me-ia o PSD para exprimir as minhas convicções e ideais políticos. Mas não consigo dar o meu voto nem a minha confiança a um partido agarrado ao sebastianismo, aos barões e aos históricos.
O PSD foi governo largos anos e o que nos deixou? Um país que não soube aproveitar as oportunidades, como a Espanha ou a Irlanda, mantendo-nos teimosa e orgulhosamente na cauda da Europa. Os tão aclamados e desejados barões e históricos do PSD são em boa parte, senão na totalidade, responsáveis pelo estado do país – entre eles os Srs Silva, Dias Loureiro, Nogueira, Mendes, etc, etc, e claro a Manuela Ferreira Leite. Penso que está provado que a velha (não na idade, mas sim na mentalidade) geração de políticos do PSD são medíocres ou, pior ainda, oportunistas – os resultados obtidos – leia-se o estado do país - são a prova.
Eu gostaria de apoiar um PSD virado para o futuro, liderado por gente jovem, com visão e abertura de espírito. Um PSD que não tenha medo de abandonar o politicamente correcto, que compreenda que hoje em dia não é necessário andar dez anos em Coimbra para ter e exprimir ideias, que as etiquetas de Sr. Doutor, Engº ou Comendador são resquícios de uma época balofa, resquícios de fascismo.
Um PSD que não tenha medo e que diga alto e em bom som que o governo do Sócrates é um governo de cobardes – basta ver a treta das avaliações do professores : para levar até ao fim, custe o custar, e que afinal acaba numa fantochada - um PSD que critique, mas que assuma que o progresso tem custos.

Veria com bons olhos uma jovem à frente do PSD. Na falta de uma mulher, um Pedro Passos Coelho, ou mesmo um Santana Lopes, apesar do seu perfil pouco conforme com o cinzentismo português, seriam sempre um melhor alternativa do que os barões, dinossauros e outros fósseis.

Portanto, quando leio que os Eurodeputados, aqueles que me deviam representar, apoiam unanimemente a candidatura de Manuela Ferreira Leite, digo-me que mais uma vez serei obrigado a votar no BE.

Obrigado Miguel

Sempre antipatizei com o Miguel de Sousa Tavares, embora não saiba bem porquê. Achava –o convencido, arrogante, mal-encarado. Conhecia-o, claro, das intervenções como comentador da TVI e crónicas nos jornais.
Li há dois anos o seu romance Equador – um dos melhores livros que li até hoje e mudei um pouco a minha opinião. Um homem que consegue parir uma obra como o Equador pode parecer antipático, arrogante mas tem que se lhe reconhecer talento inegável.
Acabei de ler o seu último romance – Rio das Flores – e devo dizer que rejuvenesci 30 anos – no espaço de 630 paginas. Enquanto não acabei o livro, não descansei. Como na minha juventude, li pela madrugada adentro; embora cansado, li as últimas páginas devagar, refreando a avidez de chegar ao fim, fazendo durar o prazer.
Hoje, mudei a minha opinião, o Miguel de Sousa Tavares não precisa de ser simpático – só espero que continue a escrever livros como Equador e Rio das Flores.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Ecologia

Hoje, um fulano não pode limpar as nádegas a alguns centímetros de papel sem ficar com um peso na consciência. Alguém que tenha consciência ecológica brevemente limpará o cu um dia ao papel, no outro aos dedos.

Li hoje um extenso artigo sobre o aquecimento global, a propósito da vinda de Al Gore a Lausanne, onde deu uma conferencia sobre aquecimento global, crise energética, consciência ecológica e afins. Al Gore saiu de barco a remos do seu Mississípi natal há meses, para desembarcar no lago Leman a tempo e horas para a conferencia. Consciência ecológica obriga, o senhor Al Gore evita o avião, sobretudos os jactos privados. Como os voos lowcost estão mais do que esgotados, o pobre homem vem de barco à vela, e quando não tem vento, rema.

Acredito que o planeta esteja a aquecer, embora por vezes tenha dúvidas, como agora, em que a 15 de Abril estão cinco graus e ontem mesmo nevou a 700 metros de altura. Mas acredito que esteja a aquecer, como acredito que se deveria poupar o petróleo.

Por exemplo, deveria ser interdito utilizar todos os dias o automóvel. Todo o cidadão, deveria abdicar de utilizar a sua viatura 2 ou três dias por semana. Como deveria ser interdito utilizar um jacto privado de quinze ou vinte lugares para transportar apenas duas ou três pessoas, ter um iate de 100 metros para três energúmenos, ou pavonear-se a dois em limusina de oito lugares.

E, se por uma vez me deixassem legislar, todo aquele que transgredisse, teria como castigo, puxar o jacto, limusina ou iate 5 Km com uma corda atada aos tomates. Talvez por aquecimento de (as) partes se conseguisse atingir os objectivos.

Tesão do mijo.

“Professores aprovam por "esmagadora maioria" acordo com Ministério da Educação...

....A ficha de auto-avaliação, a assiduidade, o cumprimento do serviço distribuído e a participação em acções de formação contínua (quando obrigatória) serão os únicos critérios a ter em conta, sendo que as classificações de "regular" e "insuficiente" só terão efeitos negativos na carreira se forem confirmadas na avaliação realizada no próximo ano lectivo.”

Depois das marchas intercalares ( ou marcha dos professores) – antes das marchas populares e depois das marchas carnavalescas - a ministra da educação disse que não recuava um milímetro, a avaliação das sotoras e sotores era para avançar. José Sócrates veio a terreno dizer que a ministra não se demitiria, tinha total apoio do executivo, e a avaliação continuaria contra marchas e marés.
No “Público de hoje”, edição on-line, li o que acima transcrevi. Afinal, a tesão do José Sócrates e da Senhora ministra não era mais do que a do mijo. Esvaziada a bexiga, resta apenas um apêndice minúsculo, descaído e mole. Tal como o acordo de avaliação alcançado entre o ministério da educação e o sindicato dos professores.
Auto-avaliação, assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e formação contínua. Tudo serviços mínimos, que mesmo um sotor gago, surdo e cegueta estaria em condições de observar. Ainda por cima, se a avaliação não for excelente, é como se não tivesse existido, só será válida se confirmada no ano seguinte.
Não sei se ria, se chore. É preciso não ter vergonha no focinho para chamar a isto avaliação. A Senhora ministra, que até agora me tinha impressionado favoravelmente, agora sim, deveria demitir-se. O primeiro-ministro, demonstra mais uma vez que não passa de um mágico, (artolas, dizia-se na minha terra) tirando acordos da cartola. Depois dos 150 mil empregos, dos choques tecnológicos, uma avaliação fantoche, para um pais de fantoches. Vivó Silva e o Alberto, que devem neste momento estar a comer uma jantarada com a massa dos parvos do continente, e a rirem-se dos acordos e das avaliações.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

VMI - Vale Do Minho Independente.

Castro Laboreiro – Viana do Castelo – 130 Km, 2h de trajecto.
As populações do Vale do Minho tem de percorrer até 130 Km e duas horas de trajecto, na melhor das hipóteses, até chegarem ao hospital mais próximo – Viana do Castelo.

96 Km separam Genebra de Montreus, contabilizando-se 9 hospitais públicos, exceptuando as clínicas privadas, que ultrapassam esse número. Todos os habitantes desta região estão a menos de 20Km e 15 minutos de trajecto de um hospital.

Isto poderá ser apenas a diferença entre um país desenvolvido e uma republica das bananas, ou a diferença entre uma democracia plena e uma ditadura disfarçada.

Seria bom também que se soubesse que o orçamento da presidência na Suíça é dez vez menor que o orçamento da presidência da republica portuguesa.

Um habitante do Vale do Minho, que num domingo queira visitar um familiar ou amigo no hospital, não tem meios de transporte públicos. Se não conduz, ou vai de táxi – pagando até 70 € de transporte, recorre à caridade de um vizinho ou simplesmente não vai. Se optar por pagar os 70€ de táxi, isso corresponde a ¼ da reforma média mensal. Se tiver que se deslocar 4 domingos, terá que despender 280 € - mais do que a reforma mensal que aufere.

O orçamento anual da presidência da republica Portuguesa daria para manter em funcionamento 4 hospitais médios. Em todo o caso, um faria grande falta no Vale do Minho. O que faz o presidente da republica? Para que serve? O que produz? Que eu saiba nada. O homem e o seu staff, não limpam uma rua, uma retrete que seja. Viaja, vai a baptizados reais em Espanha, passa férias no Brasil ou na China, diz quatro disparates de quando em vez e delapida milhões de euros por ano. À custa do sofrimento e privações das populações do Vale do Minho e de muitas outras pelo pais inteiro.

Contudo, os meus conterrâneos em particular, e os portugueses em geral, aceitam tudo isso, e muito mais, sem uma sombra de contestação. Capazes de marchar até Lisboa, contestando reformas mais do que necessárias, calam-se e resignam-se perante o desaparecimento de escolas, hospitais, maternidades.

Já desisti de ser português há muito. Um Vale do Minho Independente, seria uma pátria possível. Não é de todo impossível. Basta reunir-mos esforços e contratar-mos o Alberto João Jardim. Aposto que em dez anos faria do Vale do Minho um Luxemburgo ou uma Suíça.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Frases soltas (da minha terra)

Os inconvenientes da Páscoa :
- Se o padre pensa que sou eu que vou limpar a igreja, está bem fodido.
Adjectivos descritivos
-O filho do Mário está careco redondo
Adjectivos qualitativos – atestando da qualidade dos chouriços.
-O meu home estradaça nos chouriços de sangue que é um regalo.
As virtudes do alvarinho (de friestas)
O Nibe , aos 92 anos, emborca na garrafa de tinto que nem uma esponja. Depois, de gatas, por debaixo das latas (latadas), vai espreitar as gajas descascadas na praia fluvial.
Economias
O Tio Manel, ainda está muito guicho; não autoriza que ninguém lhe receba a reforma, vai ele recebê-la e esconde-a. A família vê-se quilhada para lhe arrancar uns tostões.

O que não é visto não é lembrado.

Ao mesmo ritmo que se encerram centros de saúde, maternidades e escolas, abrem hipers e supermercados. Não consigo perceber como é que uma terra (a minha) que não tem população suficiente para justificar uma urgência – tão pouco um centro de saúde digno desse nome, consegue, no espaço de poucos meses abrir um Feira Nova, um Modelo e um Mini-Preço, a juntar aos supermercados e mercearias existentes. Ou talvez até perceba. A receita para atrair consumidores e fomentar o consumo reside na escolha, imagem, apresentação e variedade de produtos. Quando vamos à mercearia do Zeca, compramos o essencial. Nada nos atrai para abrimos os cordões à bolsa e comprarmos mais isto e aquilo. Já num moderno hiper ou supermercado, embora não precisemos, de pela sua cuidada apresentação, disposição e variedade, os produtos saltam quase automaticamente para o cesto ou carrinho de compras.
Parece-me assim que os nosso governantes fazem o paralelo – se um comercio com vasta escolha de marcas e produtos faz disparar o consumo, a existência de hospitais, urgências e centros de saúde faz disparar senão as doenças, pelo menos os doentes. Portanto, toca a fechar neles. Quanto menos houver, quanto mais distantes, desorganizados, sujos e desumanos, menos os doentes terão vontade de aparecer. Assim se reduzem os gastos e cumprem-se orçamentos. Este tipo de economia, faz-me lembrar tempos idos, ou como na verdade António de Oliveira Salazar foi um grande homem. Ou como os Portugueses ainda não perceberam o que é a democracia, progresso e solidariedade social… temos muito que marchar.

Até sempre

Ceivães, 19 de Março de 2008

Querida Mãe,
Estive contigo nos últimos instantes da tua vida, a minha mão a apertar a tua, a acompanhar-te nos últimos metros do teu percurso terrestre e na entrada para um repouso mais do que merecido, após sete anos de combate intenso, mas sempre digno e corajoso contra a doença, que, mesquinha e cobarde, te enganou a ti, a nós e à medicina. Nestes últimos 15 dias em que tive o privilégio de te acompanhar, apesar do teu sofrimento, de saberes que já não tinhas força para continuar o combate, tiveste sempre uma palavra, um gesto, um olhar para te preocupares comigo. Que eram horas de ir almoçar, que eram horas de regressar a casa para não jantar às tantas. Apesar do teu imenso sofrimento, de sentires a vida a escapar, o teu amor de mãe sobrepunha-se a tudo isso e conseguias arranjar força para te preocupares comigo, com o meu bem estar. Que enorme lição me deste, uma última das muitas ao logo da vida. A maior delas foi teres-me dado a certeza que quem ama não morre. Porque, o amor que me deste ao longo da vida, e sobretudo nas últimas horas, deu-me uma certeza – nunca mais te esquecerei – por isso enquanto eu viver, tu também vives. Continuarei a dizer nos dias em que por cá andar – a minha Mãe faz hoje anos; a minha Mãe é a pessoa que gosta mais de mim. A minha Mãe vive – no meu coração, no meu pensamento

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O Lopes

Hoje apetece-me denegrir alguém; sem motivo preciso, a minha escolha recaiu sobre o Lopes.
O Lopes tem o condão de reunir em si todos os defeitos da natureza humana. Mesquinho, cobarde, gabarolas, homossexual reprimido, pulsações a roçar a pedofilia.
Lambe-botas, vira-casacas, de terça a sexta consegue ser de todos os partidos, de sábado a segunda de todos os clubes. Mentiroso e traiçoeiro, manhoso e rancoroso, o sujeito abarca a quase totalidade de adjectivos pejorativos da língua de Camões, sendo mesmo necessário pedir ajuda a Cervantes, para ser exaustivo na descrição.
Passa toda a semana a dizer mal do padre, mas no domingo ajuda à missa. Durante o dia trata o Torres das finanças de corrupto e saco de esterco, mas à noite no café, o mesmo Torres passa a ser o “ilustre amigo”, exemplo de dedicação à causa publica. Diz que o presidente da câmara só se preocupa em encher o saco, antes vivia num casebre sem aquecimento, depois de estar no poleiro, já construiu uma vivenda com aquecimento central e piscina, além de uma casa na praia e apartamentos na capital. Contudo, se acontece encontrar o dito presidente, rasga-se em elogios públicos – maior autarca de que há memória, verdadeiro motor do desenvolvimento da região, homem de saber e de visão.
Poderia encher páginas e páginas a descrever quão sujo, imundo, imoral é o Lopes, mas penso que já se percebeu quem é o Lopes. Só falta saber de que Lopes eu falo.
Pois, foi por isso que eu escolhi o Lopes. Na remota hipótese de alguém ler este texto, ninguém me poderá facilmente acusar de denegrir o Lopes, aquele Lopes que todos conhecem. Ninguém pode saber com absoluta certeza se estou a falar do Lopes da Bemposta, ou do Lopes contrabandista; do Lopes da Povoa de St. Iria, ou do Lopes do Bombarral. Do Lopes comerciante em vinhos, ou do Lopes da PSP. Haverá quem reveja o Lopes de Cantanhede, ou o Lopes de Espinhaço de Cão. Este jurará que estou a falar do Lopes da Correlhã, aquele do Lopes maricas, do Cacém.
Não, não me poderão acusar pois eu nunca disse que estava a falar do Lopes do Cacém, não sou de lá, nunca lá pus os pés, não sei se existem Lopes, muito menos homosexuais, no Cacém. Tão pouco poderão afirmar que falo do Lopes de Mirandela, embora tenha uma vez lá comido alheiras, lembro-me de trocar umas observações, mas com o Costa, não com o Lopes, e tanto quanto me lembro, o Costa não me falou de algum Lopes. Não podem afirmar que se trata do Lopes Alhos Vedros, poderão existir parecenças, mas eu nunca disse que o Lopes batia na mulher. Poderá bater, mas eu não o disse.
Ate pode parecer que é o retrato pintado do Lopes da Caixa, mas eu não me lembro de ter escrito que o Lopes gagueja, logo não me podem acusar de dizer que é desse que falo, pelo menos com certeza absoluta.
Reli este texto à cata de erros. Como é hábito, li-o duas vezes, pois em poucas coisas sou prolifero, mas em erros ortográficos e gramaticais, estou bem posicionado nos índices de produtividade. No final da segunda leitura, fica a dúvida : a par de quantos erros não consegui detectar, não terei também algumas costelas do Lopes?

Objectivos.

Nada existe de mais importante do que se fixar objectivos. Uma vida sem objectivos, é como arroz de cabidela sem vinagre, chanfana sem alho, açorda sem coentros, caldeirada sem tomate, taberna sem Alvarinho (de Friestas).
Ao aproximar do meio século de existência, os objectivos revestem de uma maior importância, deverão ser em simultâneo objectivos e desafios, ou challenges, para estar mais na moda.
O mais sensato seria fixar como objectivo a curto prazo, a aquisição do ultimo modelo de televisão plasma 150cm Full HD. E com isto, juntaria ao objectivo o “challenge” - obter o crédito para os 3 ou 4 mil euros que a coisa custará nos próximos saldos na MediaMarkt. Se juntar outro objectivo, por exemplo umas férias numa ilha do Pacifico, temos um verdadeiro challenge : conseguir 8 mil euros de crédito, a juntar ao crédito do apartamento, da mobília e do carro.
Mas eu sou casmurro, gosto pouco de desafios comuns, aquilo que toda a gente consegue, não me atrai. Estou mais inclinado a fixar um verdadeiro objectivo, um objectivo para homens com H grande- por exemplo assistir à próxima final da Liga dos Campeões em que participe o Benfica. Este sim, é um objectivo para “hombres de cojones”, como diria Camacho. Será preciso muita fé e paciência. Só para viver o tempo necessário para que tal aconteça, será preciso deixar de fumar, redobrar o desporto semanal e abdicar dos caracóis recheados acompanhados de Pinot Noir.
Outro grande objectivo, enorme mesmo, decidir ganhar dinheiro, dinheiro de verdade. Não uns míseros milhares de euros por mês, isso qualquer um é capaz, veja-se o Marcelo Rebelo de Sousa, o Valentim Loureiro ou o João Soares. Para ganhar o mesmo que estes, mais vale trabalhar 8 horas por dias, sem preocupações nem chatices. O que se ganha a menos em dinheiro, ganha-se em qualidade de vida. Um tipo sai do trabalho, vai para casa, come duas latas de conserva e refastela-se confortavelmente no sofá vindo da Ikea, em frente do plasma Full HD. Hora e meia de telejornal, duas horas de séries e um Kg de estupidez garantidos. Não é preciso, como os Marcelos, Soares e Valentins, andar a correr no transito infernal de Lisboa ou Porto, do aeroporto para o estúdio de televisão, do estúdio de televisão para o Hotel Ritz, e por ai adiante. Não, como objectivo económico-financeiro, só pode existir um para um homem de verdade: ultrapassar a fortuna do Belmiro de Azevedo, ou pelo menos ser capaz de contribuir todos os anos com meio milhão de contos para o PSD e outro meio milhão para o PS.
Terceiro objectivo, como não poderia deixar de ser, satisfazer o ego viril e machista. Não se pode considerar um objectivo, muito menos um challenge engatar a empregada do modelo, para uma escapadela furtiva ao meio da tarde. Para isso, mais vale gastar 100 euros e recorrer às (aos) profissionais. Da menos trabalho, menos chatices e acaba por sair mais barato. Não, para satisfazer o ego de macho latino, nada menos do que a Jessica Alba, ou, se um dia vier a separar-se, a Barbara Guimarães.
Isto sim, são objectivos dignos de um Homem. Só de sonhar com eles, já apetece viver 100 anos.

domingo, 20 de janeiro de 2008

As virtudes da tecnologia.

Há anos atrás, quinze ou vinte anos- ok, poderia ter dito no século passado, mas recuso-me a considerar-me assim tão velho, passei um momento de intensa perturbação moral, que por vezes ainda hoje me envergonha. Num autocarro repleto, mas não apinhado (a historia ocorreu na Suíça, não no Porto ou nas Telheiras), num momento de descontrolo, escapou-me um sonoro flato. Evidentemente, toda a gente me identificou como o autor, o que me obrigou a abreviar o trajecto e sair na próxima estação para escapar aos olhares de troça, acusação ou compaixão. Era a época em que toda a gente espiava o vizinho, observando o menor detalhe de indumentaria, o menor defeito físico, enfim, atentos a tudo o que se passava à nossa volta.
Há dias, aconteceu-me o mesmo, mas, virtudes da tecnologia, não precisei de corar nem abreviar a viagem. E que os meus vizinhos de trajecto, todos sem excepção, de iPod cangado nos ouvidos, só se aperceberam do sucedido quando o odor lhes chegou as narinas. E nesse momento, eu saboreei a minha vantagem : não só estava preparado para o odor (sabia que ia feder, pois a quantidade de gás sulfídrico e enxofre do peido era elevada, devido à sopa de cebola do almoço), como poderia acusar qualquer um do feito, bastando dirigir um olhar acusador para a vitima escolhida, sem que alguém me pudesse acusar.
Continuei tranquilamente a viagem, sabendo que poderia, caso a necessidade se fizesse sentir, expelir os gases sem problemas, pois a vizinhança, absorvida entre a musica dos iPod e a composição de SMS, não me poderia incriminar.

Uma grande final em perspectiva na Australia

Sábado Roger Federer teve que vestir o fato de operário e, como só ele sabe, vencer mais uma partida fantástica, 10-8 no quinto set, na sua caminhada para o pedestal de maior tenista de todos os tempos. Mesmo se não consigo esconder uma ligeira preferência por Rafael Nadal, talvez por ser um “hermano”, o talento e coragem de Roger Federer merecem toda a minha admiração. Espero com impaciência a final de sonho, Federer-Nadal, e que ganhe o melhor. Mas até lá, Dokovic, Hewitt ou qualquer outro podem intrometer-se e alteraras regras do jogo.

There's something in the air

Havia alguma coisa no ar

A semana, para não dizer o ano, começou realmente na terça-feira com mais uma Macworld, a abrir um ano que promete novas proezas tecnológicas. Um novo Macbook Book, Air de seu nome; como sempre, mais do que a performance, são o design e inovações tecnológicas que suscitam admiração. Simples, bonito, caro, enfim, coisas bem feitas, como Steve Jobs nos habituou desde sempre. Com o descalabro do Benfica, ano após ano, ainda bem que a Apple não para de inovar e surpreender para nos dar alento e alguma coisa em que acreditar.

Air

Havia alguma coisa no ar. A semana, para não dizer o ano, começou realmente na terça-feira com mais uma Macworld, a abrir um ano que promete novas proezas tecnológicas. Um novo Macbook Book, Air de seu nome; como sempre, mais do que a performance, são o design e inovações tecnológicas que suscitam admiração. Simples, bonito, caro, enfim, coisas bem feitas, como Steve Jobs nos habituou desde sempre. Com o descalabro do Benfica, ano após ano, ainda bem que a Apple não para de inovar e surpreender para nos dar alento e alguma coisa em que acreditar.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Le Moleson, nos pré-alpes Suiços

Ano novo, vida nova.

Resoluções tomadas na euforia do fim de ano ou no dia de ano novo, dia de ressaca, raramente são para cumprir. Assim, decidi outorgar-me o tempo necessário para reflectir e, sem pressas, decidir o que fazer neste 2008. Primeiro, uma retrospectiva do ano findo, e porque não dos anteriores. Afinal, a mudar, terá que ser para melhor, senão não vale a pena. Primeira tarefa, encontrar-me os principais defeitos, aqueles que me complicaram a vida em 2007. Começo pelo plano profissional.
A primeira vista, até nem encontro grandes defeitos. O ano de 2007 so não foi melhor por falta de sorte ou por um conjunto de circunstancias independentes da minha vontade ou das minhas capacidades. Pondo de lado falsas modéstias, até sou tão bom como o meu superior hierárquico. Em alguns domínios, sou mesmo melhor do que o director. Não sou responsável de departamento ou director, não por falta de capacidades, mas porque entrei para empresa à menos de dois anos, e os que o são já tem anos e anos de “casa”. Se eu também tivesse anos e anos de casa, de certeza que era RD, ou mesmo, porque não DG. Portanto, no plano profissional, não há grandes resoluções a tomar. Poderia ser melhor, mas também poderia ser pior. Assim, pesados os por e contras, mais vale não mexer em nada, pelo menos para já. Em 2009, logo veremos. Ufa, primeiro respiro de alivio.

Arrumada a questão profissional, viro-me para o campo pessoal. Também neste, convém diagnosticar os defeitos. Assim, num primeiro exame, pelo menos à superfície, não me vejo com grandes defeitos. Faltam-me alguns dentes, mas são molares, dos que estão no fundo da boca. Salvo quando escancaro as goelas nalguma gargalhada descontrolada, o que acontece cada vez menos, ninguém da por isso. Portanto, a falta dos ditos complica-me bastante a vida, sobretudo quando se trata de mastigar um naco à mirandesa um pouco menos tenro, daqueles que fizeram Miranda do Douro – Lisboa a pé.
Para um exame mais detalhado, ponho-me em frente ao espelho; algumas rugas, mas até já me disseram que me davam um certo “charme”. Os cabelos grisalhos, desde os vinte anos que os tenho, é difícil dizer se tenho mais agora, ou quando tinha trinta anos. Só quando me vejo de perfil, me parece ter um nariz um pouco desproporcionado. Enfim, não vamos procurar pulgas, o principal é a beleza interior, o que me falta em plástica exterior, sobra-me em sentimentos nobres. Para já, não vejo necessidade de grandes resoluções. Olho-me de alto abaixo, não preciso de esticar o focinho para ver as pontas dos pés, a barriga, não sendo musculosa, também não destoa.
Feito o balanço, posso adiar as resoluções para o ano próximo, ou mesmo para 2010.