domingo, 31 de agosto de 2008

Sardinhada

Nada melhor do que uma sardinhada para encerrar mais um mês de Agosto. Não sei se eram de Peniche, se de Ancora ( o mais provável é tenham vindo da Grécia), mas que eram boas, eram.

Mais um ano de miséria à vista

Mais um clássico na Luz, mais um empate do Benfica frente ao F.C. Porto. 2 jogos, 2 pontos, advinha-se mais um ano de vacas magras para todos os benfiquistas. E como quando o Benfica vai mal, tudo vai mal, ainda não será desta que os portugueses verão a sua vida melhorar. Que longe vão os tempos em que alguém disse (Mário Wilson) “qualquer treinador que vá para o Benfica, arrisca-se sempre a ser campeão!”.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Please, don’t call.

Embora não sendo grande utilizador de telemóveis – nos últimos 4 anos nem 100 euros gastei em comunicações – também não resisti à onda do iPhone, tendo recentemente adquirido um. Como o iPhone é muito mais do que um simples telefone - um puro objecto de design, aliado a um concentrado de tecnologia “avant-garde” - claro que ando sempre com ele, ao contrario do que se passava com o meu velho Nokia, que ficava a maior parte das vezes em cima da secretária ou no bolso de um casaco. Costumo chegar ao trabalho por volta das 8h20, e a primeira coisa que faço, após ligar a maquina do café, é aliviar os intestinos. Não sei porquê, mas o chegar ao local de trabalho, dá-me a vontade. Há quem o faça em casa, de manhã, quem o faça antes de deitar, há mesmo quem cague a todas as horas e em todo o sitio, enfim, cada um é como cada qual. Estava, dizia eu, confortavelmente instalado na sanita, quando tocou o meu iPhone. Há anos que ninguém me telefonava de manhã cedo, talvez o simples facto de possuir um iPhone atraia as comunicações. Ainda hesitei em atender, mas que raios, agora que tenho um aparelho de ultimo grito, o mínimo é atender as chamadas. Para chegar ao objecto, instalado num estojo de pele (desses que custam 50 euros) preso ao cinto, tive que me levantar da sanita. Peguei nele, mas, ou por ter pouca experiencia na manipulação de telemóveis, ou por o iPhone ter uma forma mais esguia do que um banal telemóvel, a verdade é me resvalou das mãos, passou-me entre as pernas e... foi aterrar na sanita. Imaginem o meu desgosto, pois ainda não tinha puxado o autoclismo. Fiquei a olhar para ele, a comunicação devia ser importante, o bicho não parava de estremecer no meio da .... Ainda por cima, parece que o ecrã não suporta a gordura, e todo ele detesta a humidade. Retirei o desgraçado, coloquei-o num saco plástico e espero que seque e deixe de feder para tentar recuperar o que puder ser recuperável. Até lá, que ninguém me telefone, pois não atendo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Violência


Nestes últimos dias, abundam as noticias de assaltos e tentativas de assaltos à mão armada. Um ourives de Setúbal é assaltado e morto a tiro por um assaltante, uma vendedora de ouro é perseguida e alvejada por assaltantes em Gondomar, uma carrinha de transporte de valores assaltada por um grupo de bandidos munidos de armas ultra sofisticadas e explosivos, uma bomba de gasolina na auto estrada Cascais-Lisboa assaltada, além dos ajustes de contas na quinta do mocho, etc., etc. Infelizmente, isto não acontece apenas em Portugal, aqui na Suíça, em França, países onde sigo a actualidade, sobejam os casos idênticos.
Tudo isto impõe-me algumas reflexões :
- O denominador comum de toda esta violência são as armas de fogo. Estou convicto que sem armas de fogo, a maioria dos bandidos não seriam tão corajosos, pelo menos o mal que fariam seria muito menor. Porque não se proíbe definitivamente a venda, o uso e porte de armas de fogo, sejam elas quais forem?
- Qualquer bandido em Portugal sabe que a policia dificilmente atirará sobre ele, pois quando um desgraçado de um policia atira e tem o azar de ferir mortalmente um filho da puta que rouba e mata as suas vitimas, é o policia que vai parar à cadeia, sob a pressão e poder dos media e da cobardia dos políticos e de todos nos em geral.
- A pena de morte para crimes de sangue, tão criticada por alguns, impõe-se. É que ela existe, mas apenas num sentido. O bandido que decide atacar a ourivesaria, a bomba de gasolina, a carrinha de valores, já condenou à morte as suas vitimas. Sabe que o pode fazer, pois na pior das hipóteses, caso seja apanhado, passara alguns anos na prisão, onde não lhe falta nada, desde uma boa alimentação, televisão e por ai fora. Um animal que atira deliberadamente a matar, só merece tratamento igual.
- Quando um profissional da guerra, que escolheu a sua profissão, conhecendo os riscos inerentes e pago em consequência, morre na sua actividade, agitam-se logo ministros, presidentes, com mensagens de condolências à família, louvores pelo heroísmo, enviadas claro está, primeiro à imprensa. Alguém os vê enviar uma mensagem de condolências à família das vitimas, insurgir-se contra toda esta violência, propor medidas para acabar ela? Não tenho visto grande coisa.
Por mim, as únicas armas toleradas nas mãos de qualquer pessoa não pertencente às forças armadas e forças de segurança, seriam as fisgas. Chega e sobra para caçar pardais. Para os adeptos das armas e dos tiros, organizem-se torneios no Campo Pequeno, que se matem uns aos outros.

domingo, 17 de agosto de 2008

Medalhas, coisa de pobres

Os desgraçados dos chineses esfarrapam-se para obter medalhas de ouro, prata e bronze, até latão se houvesse, seguidos dos EU e muitos outros países miseráveis, que necessitam das medalhas como pão para a boca. É vê-los a bufar que nem touros para ganhar os 100m, dar ao cu debaixo de água para avançar mais depressa, com risco de dar um mau jeito na espinha, levantar pesos mais pesados do que eles, arriscando-se a partir o pescoço.... Enfim, países pobres, a quem uma medalha dá esperança, nem que efémera, de dias melhores.
Nós, portugueses, participamos nestes jogos olímpicos com a tranquilidade de quem tem os cofres atestados de medalhas, ganhas na labuta diária, ou não fôssemos um povo de trabalhadores.
Alterando ligeiramente o lema olímpico, de Citius, altius, fortius para devagarius se vai ao longius - de Lisboa a Pequim é longe pra carvalho - correndo por correr, remando por remar, tranquilamente, sem nos metermos nas confusões de chegar nos grupos da frente, com risco de ser empurrados, pisados ou levar alguma cotovelada. Com o altruismo que nos caracteriza, as medalhas deixamos-las para quem precisa.

sábado, 16 de agosto de 2008

Mercados, feiras, ciganos e iPhones

-Viva Belmiro, é o Zé que fala. Ouves-me bem?
-Mais ou menos, há um zumbido esquisito, estás de férias no Quénia?
– Não, só vou de ferias Setembro e Outubro para as Maldivas; mas é que estou a telefonar do meu novo iPhone, parece que estes bichos são sensíveis à chuva e humidade, e o meu apanhou um bocado de humidade ontem à noite na praia de St. Cruz. Bom, era só um à parte. Telefono-te para dizer que a ASAE já encerrou mais três mercados, para a semana vai assapar em tudo quanto é feira e mercado na zona de Lisboa e Algarve. O plano esta a prosseguir como combinado.
-Porreiro Zé. Se conseguires que a ASAE feche mais 10 mercados e espante essa ciganagem que vende mais barato que a Modalfa, podes contar com os 5 milhões para a campanha.
- Fixe. Mas, olha que o Santos já me ofereceu mais, se eu mandar a ASAE fiscalizar os Modelo e Continente. Vê lá se equilibras um pouco a balança.
-Bom, não exageres. Mas se mandares a ASAE fiscalizar meia dúzia de Pingos Doce, acrescenta mais dois ou três milhões.
- Combinado, Belmiro. Um abraço , pá.
- A Zé, e se o teu iPhone continuar com problemas, vai da minha parte à loja Optimus do Colombo, para eles to trocarem. Tenho lá sempre meia dúzia de reserva para os amigos.
-Fixe, realmente és um gajo porreiro. E que com a penúria desta merda, já pensava ficar um mês sem aparelho.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Saudades

A saudade, a par da sardinha assada, cuspir e atirar as cascas de amendoins e tremoços para o chão, é certamente uma das características da identidade genética dos portugueses. Podemos falar várias línguas, viver a milhares de Km do território nacional, comer Sushis pizzas ou fondue, mas a saudade relembra-nos as nossas raízes. Hoje, sem motivo preciso, dei comigo a ter saudades da praia de Âncora. Poucas vezes lá fui, recordo-me (sem saudade) das águas geladas do mar, que nos enquerquilhavam os tomates, mas sobretudo dos charcos de água em alturas de maré baixa, aquecidos pelo sol e enriquecidos com os detritos do rio Âncora. Nessas piscinas naturais, além de se retemperar os acima falados, havia sempre uma animação suplementar: não era raro, ao vir à tona de um mergulho, ter pendurada no nariz uma camisa (sem mangas), grãos de merda nas orelhas e outras preciosidades arrastadas pelo riacho. Muitas vezes, havia mais gente a banhos nos charcos que no mar, e não me recordo de ouvir dizer que houvesse grandes epidemias, alergias ou indisposições. Também é verdade que não existiam médicos ou centros de saúde onde uma pessoa se ir queixar de diarreias, vómitos e enjoos. Talvez também a merda de outros tempos fosse mais saudável do que são hoje muitos alimentos. Enfim saudades, são como gostos e cores, cada um tem as tem e não se discutem.

domingo, 10 de agosto de 2008

O que não há (não só em Agosto à noite e não só no Algarve)

O Pedro Santana Lopes, acaba de se dar conta que no mês de Agosto, à noite, não existe um oftalmologista de serviço no Algarve. Se o Pedro se informar minimamente, ficará a saber que na maioria das regiões do Pais não existe um oftalmologista, otorrinolaringologista, ortopedista, dermatologista, reumatologista, nem de dia nem de noite, nem em Agosto, nem em Maio, tão pouco em Fevereiro como Outubro. Para se informar, basta consultar as listas de espera das especialidades dos Hospitais Distritais, para ver que muitas ultrapassam os 360 dias. É uma vergonha, como diz o Pedro Santana Lopes, mas ele è um dos responsáveis. Mas quando nos toca, indignamo-nos. Sem desejar mal a ninguém, dei comigo a pensar que se os políticos, familiares e amigos chegados estivesses sempre doentes, em Agosto, no Algarve ou em Janeiro na Serra da Estrela, talvez os serviços de saúde em Portugal melhorassem.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Dia 1 de Agosto, Dia da Confederação Helvética

Uma pequena balada nos Alpes, história de festejar o feriado nacional na Suíça. Partida as 10H de Lausanne, 1h30 depois chegada a Ovronnaz, estação Alpina do cantão do Valais, a 1390m de altitude. Visita de “reconhecimento” às termas, com hotel e piscina exterior com agua entre 32° à 35°. Espero brevemente vir cá passar um fim de semana, mas no inverno, quando estiver tudo rodeado de neve, com temperaturas de 5 graus negativos.
Meio dia, pausa aperitivo. 1/2 l de Fendant, excelente vinho branco da região, uma tábua “Valaisanne” (presunto, carne seca, chouriço, salsichão, queijo local). 1h30, partida no teleférico, até La Jorasse (1960m). Depois, 1h a trepar até ao cimo do monte La Forcle (1260m), seguido da descida ate Ovronnaz, aproveitando o ar puro e as magnificas paisagens alpinas.