sexta-feira, 31 de agosto de 2007

A virgindade de Durão, Mendes, Sócrates e Cie

A Somague terá pago 233 mil euros de facturas de publicidade do PSD, o que em dinheiro soma para riba de quarenta mil contos. Começa o triste espectáculo de Durão Barroso, Marques Mendes e Companhia dizerem que não sabiam de nada, aparece um antigo dirigente a assumir eventuais culpas, ainda que a responsabilidade não tenha sido dele, mas de alguém que agora esta doente.
Os dirigentes actuais, com mais hipóteses de virem a suceder a Sócrates, ou o actual Presidente da CE, esses não sabem, nem nunca souberam de nada. Nunca lhes passou pela cabeça que um partido que tem receitas de meia dúzia de milhares de euros, e gasta milhões de euros em campanhas eleitorais, possa ter as suas despesas pagas por empresas.
Esses senhores são virgens, embora f… o parceiro a torto e a direito. A mim faz-me confusão como é que os Portugueses pensam que se pode ganhar eleições à força de caríssimas campanhas de comunicação, como agora é moda de dizer, respeitando a lei do financiamento dos partidos. Esta situação não é apanágio do PSD, o PS não lhe fica atrás, gasta tanto ou mais do que o PSD, com o mesmo nível de receitas próprias, portanto alguém lhes paga as facturas. Poderá haver um ou outro mecenas desinteressado, mas quem contribui com milhões de euros está a investir, para obter mais valias. Dito de forma mais simples, está a comprar influencias que, mais tarde lhe pagarão com juros. Tudo tem um preço, o poder ou se conquista pela força ou se compra. E assim não só em Portugal, como pelo mundo fora. Helmuth Koln foi condenado e admitiu financiamentos ilegais, Jacques Chirac enfrenta agora a justiça por corrupção, vários ex-ministros franceses já foram condenados e passaram pela grelha. Em Itália, Espanha, Grécia são mais que muitos os políticos apanhados nas malhas da ilegalidade, são os riscos do “metier”. Mas em Portugal, não. Os nossos dirigentes são Virgens, tal como a Virgem Maria engravidou por obra do Espírito Santo, também os nossos políticos, de esquerda ou direita, enriquecem por obra de espíritos, uns mais santos do que outros, mas todos espíritos.

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