sexta-feira, 21 de março de 2008

O que não é visto não é lembrado.

Ao mesmo ritmo que se encerram centros de saúde, maternidades e escolas, abrem hipers e supermercados. Não consigo perceber como é que uma terra (a minha) que não tem população suficiente para justificar uma urgência – tão pouco um centro de saúde digno desse nome, consegue, no espaço de poucos meses abrir um Feira Nova, um Modelo e um Mini-Preço, a juntar aos supermercados e mercearias existentes. Ou talvez até perceba. A receita para atrair consumidores e fomentar o consumo reside na escolha, imagem, apresentação e variedade de produtos. Quando vamos à mercearia do Zeca, compramos o essencial. Nada nos atrai para abrimos os cordões à bolsa e comprarmos mais isto e aquilo. Já num moderno hiper ou supermercado, embora não precisemos, de pela sua cuidada apresentação, disposição e variedade, os produtos saltam quase automaticamente para o cesto ou carrinho de compras.
Parece-me assim que os nosso governantes fazem o paralelo – se um comercio com vasta escolha de marcas e produtos faz disparar o consumo, a existência de hospitais, urgências e centros de saúde faz disparar senão as doenças, pelo menos os doentes. Portanto, toca a fechar neles. Quanto menos houver, quanto mais distantes, desorganizados, sujos e desumanos, menos os doentes terão vontade de aparecer. Assim se reduzem os gastos e cumprem-se orçamentos. Este tipo de economia, faz-me lembrar tempos idos, ou como na verdade António de Oliveira Salazar foi um grande homem. Ou como os Portugueses ainda não perceberam o que é a democracia, progresso e solidariedade social… temos muito que marchar.

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