Sempre antipatizei com o Miguel de Sousa Tavares, embora não saiba bem porquê. Achava –o convencido, arrogante, mal-encarado. Conhecia-o, claro, das intervenções como comentador da TVI e crónicas nos jornais.
Li há dois anos o seu romance Equador – um dos melhores livros que li até hoje e mudei um pouco a minha opinião. Um homem que consegue parir uma obra como o Equador pode parecer antipático, arrogante mas tem que se lhe reconhecer talento inegável.
Acabei de ler o seu último romance – Rio das Flores – e devo dizer que rejuvenesci 30 anos – no espaço de 630 paginas. Enquanto não acabei o livro, não descansei. Como na minha juventude, li pela madrugada adentro; embora cansado, li as últimas páginas devagar, refreando a avidez de chegar ao fim, fazendo durar o prazer.
Hoje, mudei a minha opinião, o Miguel de Sousa Tavares não precisa de ser simpático – só espero que continue a escrever livros como Equador e Rio das Flores.
Sem comentários:
Enviar um comentário