Recentemente, uma colega de trabalho apareceu de cabeça rapada, com um arganel no focinho. Não sei porquê, quando a vi, lembrei-me do Armando Capador, que na década de setenta arredondava o fim do mês a capar porcos e colocar piercings no focinho dos mesmos. Muitas vezes presenciei a operação, a sangue frio, que sempre me impressionava, não que tivesse qualquer piedade pelo sofrimento infligido aos animais, mas porque sempre fui um pouco maricas.
Portanto, esta moda dos piercings, não é nenhuma novidade. Evoluiu o nome, de arganel passou a piercing, evoluíram os destinatários, ou não tanto, pois alguns dos portadores dos arganeis de hoje não ficam nada a dever aos porcos de outrora.
Quase quarenta anos depois, é pena que o Armando Capador se tenha reformado. Com a técnica e endurance adquiridas a capar e colocar piercings nos suínos, poderia agora ganhar uns largos cobres a colocar arganeis nos focinhos desta juventude desejosa de perpetuar as tradições.
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