Resoluções tomadas na euforia do fim de ano ou no dia de ano novo, dia de ressaca, raramente são para cumprir. Assim, decidi outorgar-me o tempo necessário para reflectir e, sem pressas, decidir o que fazer neste 2008. Primeiro, uma retrospectiva do ano findo, e porque não dos anteriores. Afinal, a mudar, terá que ser para melhor, senão não vale a pena. Primeira tarefa, encontrar-me os principais defeitos, aqueles que me complicaram a vida em 2007. Começo pelo plano profissional.
A primeira vista, até nem encontro grandes defeitos. O ano de 2007 so não foi melhor por falta de sorte ou por um conjunto de circunstancias independentes da minha vontade ou das minhas capacidades. Pondo de lado falsas modéstias, até sou tão bom como o meu superior hierárquico. Em alguns domínios, sou mesmo melhor do que o director. Não sou responsável de departamento ou director, não por falta de capacidades, mas porque entrei para empresa à menos de dois anos, e os que o são já tem anos e anos de “casa”. Se eu também tivesse anos e anos de casa, de certeza que era RD, ou mesmo, porque não DG. Portanto, no plano profissional, não há grandes resoluções a tomar. Poderia ser melhor, mas também poderia ser pior. Assim, pesados os por e contras, mais vale não mexer em nada, pelo menos para já. Em 2009, logo veremos. Ufa, primeiro respiro de alivio.
Arrumada a questão profissional, viro-me para o campo pessoal. Também neste, convém diagnosticar os defeitos. Assim, num primeiro exame, pelo menos à superfície, não me vejo com grandes defeitos. Faltam-me alguns dentes, mas são molares, dos que estão no fundo da boca. Salvo quando escancaro as goelas nalguma gargalhada descontrolada, o que acontece cada vez menos, ninguém da por isso. Portanto, a falta dos ditos complica-me bastante a vida, sobretudo quando se trata de mastigar um naco à mirandesa um pouco menos tenro, daqueles que fizeram Miranda do Douro – Lisboa a pé.
Para um exame mais detalhado, ponho-me em frente ao espelho; algumas rugas, mas até já me disseram que me davam um certo “charme”. Os cabelos grisalhos, desde os vinte anos que os tenho, é difícil dizer se tenho mais agora, ou quando tinha trinta anos. Só quando me vejo de perfil, me parece ter um nariz um pouco desproporcionado. Enfim, não vamos procurar pulgas, o principal é a beleza interior, o que me falta em plástica exterior, sobra-me em sentimentos nobres. Para já, não vejo necessidade de grandes resoluções. Olho-me de alto abaixo, não preciso de esticar o focinho para ver as pontas dos pés, a barriga, não sendo musculosa, também não destoa.
Feito o balanço, posso adiar as resoluções para o ano próximo, ou mesmo para 2010.
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